Em busca da santificação - Por: Euler Clemente
Nos últimos dias, o nome de Deus vem sendo muito desonrado por pessoas que se intitulam cristãos. É um escândalo atrás do outro envolvendo principalmente os evangélicos. A palavra de Deus nos relembra que:
Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em
toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu
sou santo.
1 Pedro 1:15-16
Como será que está nossa vida? Deus está satisfeito conosco? Ter uma vida com Jesus nos requer um sacrifício diário, pois temos que renunciar constantemente os prazeres da carne, para que o Espírito Santo de Deus possa ter liberdade para agir em nossas vidas. Afinal, somos discípulos de Jesus.
O nosso dicionário descreve a palavra “discípulo” como:
Substantivo masculino: Quem recebe disciplina ou instrução de outra pessoa; aluno. Quem segue as ideias ou imita os exemplos de outro: Cada um dos apóstolos de Jesus que propagaram seus ensinamentos.
Logo, se nos intitulamos como sendo cristãos, devemos imitar os
passos de Jesus Cristo. E não tão somente ser meramente um seguidor dele. Temos
que zelar pelos ensinamentos dele, pois Ele não veio ao mundo apenas por vir.
Veio para salvar a humanidade de todo o pecado, nos ensinar sobre a Verdade e
nos trazer uma nova vida, ou seja, algo transformador.
O pastor Pr. José Elias Croce elencou algumas renúncias que devemos fazer ao longo da vida, para que possamos nos assemelharmos um pouco com Jesus, são elas:
1. A Renúncia do Ego (Lc 9.23; Mt
13.22). Esse tipo de renúncia dói um pouco. É abdicar do impulso natural do
homem caído, que costumeiramente quer sempre se sobrepor aos demais. Esse
comportamento às vezes fica escondido nos porões da alma humana, e com muita
tristeza, no coração de muitos que se dizem cristãos.
2. A Renúncia da carne (1 Jo 2.15-17). A
carne é nossa maior inimiga. Paulo faz uma linda exegese da guerra entre as
duas naturezas no Capítulo sete de Aos Romanos. É propício citar os imperativos
que o mesmo Apóstolo Paulo delineia em Cl 3.1-13: 1º Buscai (Cl 3.1), 2º Pensai (v.2),
3º Mortificai (v.5),
4º Despojai-vos (v.8).
5º Revesti-vos (v.12)
6º Suportai-vos. 7º Perdoai-vos (v.13). É uma renúncia
cotidiana...
3. A Renúncia do ódio (1 Jo 2.5,9). Não
faz parte da ética alimentar ódio entre os outros, muito menos entre cristãos
que dizem crer no mesmo Jesus. Para um parco vislumbre tal atitude é natural a
pessoas individualistas. Entrementes, na vida cristã, o amor deve fazer a
diferença entre nós e as trevas (Mt 5.16). Jamais um cristão deve alimentar
dentro de si o ódio, essa palavra deve ser tragada pela renúncia.
4. A Renúncia da contenda (1 Co 3.3).
Lamentavelmente, é o que mais encontramos entre os cristãos. Se fosse entre os
ímpios, até que se poderia ponderar, afinal são ímpios. Paulo faz reclamos
desta maligna atitude na Igreja de Corinto. Estamos em meio a diversas
contendas, daí o aumento de denominações com os nomes mais estrambólicos que se
possa imaginar. Essas novas denominações e outras atitudes, até de crentes que
querem fazer de suas casas igrejas, na grande maioria tem o seu nascedouro
na CONTENDA. Para o cristão verdadeiro a renúncia da contenda é
uma meta cotidiana.
5. A Renúncia
da maledicência (Tg 3.1-12). Esse tipo de renúncia não é fácil, pois
através das palavras ditas, podemos tropeçar. Tiago faz a comparação do freio
que se coloca na boca dos cavalos. “A língua é um fogo; como mundo de
iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o
corpo, e inflama o curso da natureza e é inflamada pelo inferno” (Tg 3.6). Tem
muita gente tropeçando com acusações constantes a outros irmãos, só porque se
acham mais santos ou os únicos certos. A Renúncia da maledicência é pertinente
a estes.
a) Influências da
Fala. Segundo a Palavra de Deus, a língua é como o leme de um
navio (Tg 3.4), tem poder para governar. É como uma pequena fagulha, tem poder
de destruição. (Tg 3.5). É como um membro venenoso, tem poder de contaminação
(Tg 3.4). É como um chicote, tem poder de tortura emocional (Jó 5.21). Tem o
poder de uma pena de escrever, marca o coração (Sl 45.1; 54.7). É como uma
navalha afiada, tem poder para cortar relações. É como uma espada afiada, uma
arma de guerra à curta distância (Sl 57,4). É como uma flecha, uma arma de
guerra à longa distância (Jr 9.8).
b) Tipos de
Pessoas com a Língua Enferma. Os escarnecedores (Pv 13.1; Jd 17-19) são aqueles que além de
individualistas, são também cegos. Os
difamadores (Pv 16.28; Sl 101.5; Sl 15.1-3) são aqueles que possuem
uma doença crônica aliada à inveja. Os
cochichadores (Sl 41.7), o mesmo que murmurador; aquele que gosta de
falar coisas más em voz baixa, o mexeriqueiro e bisbilhoteiro. Existe ainda a
falsa testemunha, o intrometido (I Pe 4.15), o futriqueiro. Pessoas
impertinentes, que gostam de irritar com suas línguas ferinas. Esses, precisam com urgência exercer a
santificação de suas línguas.
6. A Renúncia do Desamor (Jo
13.34,35). “...
E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará...” (Mt 24.12). O
que dizer de novas igrejas ou novos ministérios que deixam de ensinar sobre o
amor e incitam o “desamor” nos
novos convertidos? Em vez de promover a comunhão, instigam o combate, a disputa
e a contenda. Esses pretensos doutos lamentavelmente prestam um desserviço a
causa santa, criando partidarismo, individualismo com perícia em acusações.
Para ser cristão é necessário AMAR, mesmo aqueles que não comungam com os
pensamentos que achamos certos e santos. A crítica construtiva estimula o
raciocínio, mas a crítica sarcástica suscita a ira. Sejamos embebidos das
Palavras de nosso MESTRE: “Um novo
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que
também vós ameis uns aos outros. Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se
vos amardes uns aos outros” (Mt 13.34.35).
7. A Renúncia da Competição (Gl
5.20-22). Estamos
vivendo no mundo das competições. Essa é uma doença dos séculos e mais
acentuada nos tempos hodiernos. Tiago destaca esse comportamento como a
sabedoria deste mundo: “Mas se
tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis,
nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é
animal, terrena e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso, ai há
perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.14-16). ARC. O Apóstolo Paulo
demonstra a santificação de nossos relacionamentos aos Filipenses: “Nada façais por contenda ou por vanglória,
mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3).
8. A renúncia do Orgulho (Pv 8.13;16.18;Is 9.9; Mc 7.20-22). O orgulhoso traz consigo a egolatria
da satisfação e vaidade. É um sentimento elevado que uma pessoa faz de si. Uma
empáfia. Para entender bem o orgulho, basta estudar a natureza de Satanás. Suas
prerrogativas são sempre de altivez. Veja a alegoria de como surgiu Satanás (Ez
28.14-17). “Em Isaias 14 vemos os passos de um orgulhoso e altivo: 1º Eu subirei ao céu (v13), 2º Acima das estrelas, 3º Exaltarei o meu trono 4º Me assentarei,
5º Subirei...”. Foi exatamente por causa do orgulho que surgiu o
diabo. Hoje, com muita tristeza assistimos “supostos irmãos”, que fazem questão
de exibir o orgulho religioso, como se sua denominação ou grupo iniciante
fossem os únicos verdadeiros, deixando transparecer o seu nítido descaso aos
demais irmãos. Alguns se esquecem de pensar que antes deles a Igreja já
existia. Portanto, a renúncia do orgulho cabe muito bem a estes.
9. A Renúncia da Inveja (Gl 5.21). Podemos descrever a inveja
como sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem,
ou o desejo de possuir aquilo que os outros possuem. No grego: “Fthónos” (inveja) traz a conotação do
desejo de se apropriar do que outras pessoas possuem, ou o desejo de privar o
outro do que ele tem. A inveja tem causado muitos problemas a famílias,
empresas, igrejas etc. Nem todos extravasam em alegria quanto um parente ou um
“amigo” prospera. Por incrível que pareça alguns sentem inveja até da maneira
que Deus usa certas pessoas. Enquanto não encontrar alguma coisa para
intimidá-lo não sossega. Isso não deveria existir entre os cristãos.
10. Renúncia da Inimizade (Gl 5.20). O Cristianismo é tão belo e salutar! Os cristãos deveriam
promover amizades perfeitas e duradouras. Afinal temos muitas coisas em comum:
A Bíblia Sagrada, Jesus, o Espírito Santo, a Igreja, o céu, os dons e tantas
ferramentas espirituais maravilhosas, que deveríamos viver um paraíso, um céu
na terra através da koinonia. Mas para ponderar sobre isto, cito o Apóstolo
Paulo: “Sois vós tão insensatos que,
tendo começado pelo Espírito, acabais agora pela carne? (Gl 3.3) e “Maravilho-me de que tão depressa passásseis
daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro Evangelho” (Gl 1.1). Na maioria dos casos esses
que promovem a inimizades deixaram uma raiz de amargura crescer dentro de seus
corações e brotar a REVOLTA dentre de si. Como fruto dessas reminiscências gera
a confusão. Mas há uma solução: RENÚNCIA é
a palavra de ordem para que as coisas regressem a normalidade espiritual.
Portanto meus amados, devemos nos atentar as nossas atitudes para que possamos ter uma vida reta perante Deus. Que a graça e a paz de Deus estejam com você e toda sua família!
Fonte:
Croce, José Elias. Dez tipos de renúncias que um cristão deve
fazer. Blog Pastor Elias Croce. 23
out. 2010. Disponível em: http://pastoreliascroce.blogspot.com/2010/10/dez-tipos-de-renuncias-que-um-cristao.html.
Acesso em: 01/09/2020.
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